Seguindo com as análises das eleições, é importante ressaltar e alertar: o PT não está morto.
44% da população votou no PT. E o PT, na oposição, fará o que sempre soube fazer de melhor: OPOSIÇÃO.
É imprescindível considerar os votos brancos, nulos e abstenções, cuja soma é a maior na história das eleições: mais de 30%. Significativo número de pessoas não queria nenhuma das opções, contingente capaz de mudar os rumos da eleição.
- Bolsonaro: 57.797.456 votos
- Haddad: 47.040.819 votos
- Brancos, nulos e abstenções: 40.254.330
Apesar da redução de 69 para 56 deputados, segue sendo a maior bancada na Câmara dos Deputados. Somados aos demais partidos mais à esquerda do espectro político, liderará uma oposição raivosa ao novo governo: serão 148 deputados.
O partido também lidera no ranking de governadores eleitos: quatro. Somados aos aliados históricos de esquerda, serão nove governadores.
Uma força política em nada desprezível. E aturarão em conjunto, uníssonas, na defesa de suas teses, na luta contra tudo que o novo governo proporá.
Esta falácia de “oposição crítica” não existe. Pelo menos não para o PT, PSOL, PCdoB, entre outros.
O novo governo precisará de um articulador político experiente e com trânsito por todas as bancadas, incluindo as mais radicais. Porém, não vejo ninguém – até agora – com este perfil. O futuro chefe da casa civil é limitado nestes quesitos. Não é bem visto por muitos deputados do PT e ainda mais do PSOL.
O PT poderá voltar com força em 2020 – nas eleições municipais – e em 2022 nas eleições nacionais. Dependerá muito do novo governo federal e alguns governos estaduais.
Como já referi em outro artigo, o país está dividido e não há nada no horizonte de curto prazo sinalizando um apaziguamento dos ânimos.
O PT perdeu a eleição presidencial. Mas sai do pleito como maior partido de oposição. E isto não é pouco.
2019 não será um ano fácil, veremos muitos embates, muitos confrontos, não apenas de ideias.
Silvio Luiz Belbute
Sociólogo e Jornalista (MTb 0018790/RS)