Tenho apreço grande pela nossa Policia Federal, pelo excepcional serviço que prestam no combate ao crime.
Entretanto, me intrigam algumas ações, espetacularmente divulgadas, que redundaram como um tiro n´água. Por exemplo: as prisões dos diretores da Schincariol; as prisões de Maluf pai e Maluf filho. A própria “Operação Satiagraha”, envolta em mais mistérios que os objetos de investigação, com delegado afastado e sofrendo processo administrativo, podendo inclusive ser expulso da corporação.
Claro que não ficará sem emprego. Toda ação resultará em plataforma eleitoral que o elegerá deputado federal pelo PSOL em 2010. Isto é notório.
Chama a atenção a chamada “Operação Castelo de Areia”, envolvendo a empreiteira Camargo Correa, a FIESP e alguns partidos, deixando de fora PT e outros sem grande expressão.
Lendo nas entrelinhas, percebemos o efeito eleitoral para 2010: a empresa, como tantas outras no país que fazem doações à partidos políticos, poderá rever sua disposição, alegando mais que a crise internacional; o presidente da FIESP é candidato declarado em 2010 e todos os partidos envolvidos ou apoiarão José Serra ou lançarão candidaturas próprias, não apoiando a comissária do presidente, Dilma Rousseff.
Isto é preocupante, pois a Operação Castelo de Areia poderá virar um “Castelo de Cartas”, não resistindo a menor brisa. Aliás, os ventos contrários já começaram a soprar, com a liminar que mandou soltar todos os presos, concedida pela desembargadora do Tribunal Regional Federal da 3ª. Região, que em seu despacho de 17 páginas, critica o juiz que ordenou as prisões afirmando estar “baseando-se em afirmações genéricas e extremamente vagas”.
Aguardemos o desenrolar dos acontecimentos.